quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Proteínas específicas podem levar a detecção mais rápida de danos no fígado

Pesquisa utilizou paracetamol como base e revelou que overdose da droga é causa de insuficiência hepática


Uma nova pesquisa realizada na Universidade de Liverpool, no Reino Unido, pode ajudar em um diagnóstico mais rápido e mais exato de danos no fígado. Cientistas descobriram que a presença de proteínas específicas do sangue são indicativas de lesão precoce de células do fígado e pode determinar o ponto em que ocorreu a morte celular, o tipo de morte celular e a dimensão dos danos sofridos.
Os pesquisadores utilizaram o paracetamol como base para o estudo e descobriram que o medicamento pode provocar stress temporário no fígado em cerca de um terço das pessoas que tomam uma dose normal (4g por dia), mas o fígado retorna ao normal quando a droga deixa o sistema. A overdose da droga é a principal causa de insuficiência hepática, tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos.
Os cientistas induziram uma ligeira overdose de paracetamol em camundongos e descobriram que proteínas liberadas pelas células do fígado - HMGB1 e queratina 18 - forneceram uma imagem detalhada do nível de danos nas células. A liberação de HMGB1 foi associada com necrose - um processo em que a célula explode e morre -, enquanto a liberação de diferentes tipos de queratina 18 foi associada com a apoptose - um processo de renovação celular normal - e necrose. Esta última combinação dos dois tipos de morte celular é significativamente menos traumática para o fígado do que a necrose sozinha derivada de uma overdose de paracetamol.
"Os resultados são significativos porque saber como as células morrem permitirá o desenvolvimento de medicamentos para ajudá-las a sobreviver, e também podem distinguir os pacientes que têm lesão grave e necessitam de cuidados intensivos daqueles que têm lesão leve", disse o farmacêutico Domininc Williams. "A pesquisa tem implicações para determinar quanto stress foi colocado no fígado de pacientes preocupados com uma overdose acidental, bem como os casos mais graves de overdose medicamentosa."

Nenhum comentário:

Postar um comentário