quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Leite de Cabra Pode Reduzir Risco de Colesterol Alto

Estudos realizados no Ceará, pela Embrapa Caprinos e Ovinos, mostraram que o aumento induzido do teor de ácido linoléico conjugado (CLA) do leite de cabra é capaz de reduzir o risco de doenças, como a hipercolesterolemia, e diminuir os índices de glicose no sangue. O CLA é encontrado na alimentação, presente em carnes e derivados bovinos, principalmente.
O estudo foi iniciado com a alteração da alimentação das cabras, que foram alimentadas com ração composta de óleo de soja e forragem verde. Feita essa mudança, o leite das cabras foi analisado. Os pesquisadores da Embrapa buscam alternativas de alimentação das cabras para enriquecimento do leite desde o ano de 2004.
O próximo passo será a produção em grande escala, cerca de 500 litros, para ser incorporado nas rações experimentais de ratos hipertensos e com colesterol alto. Caso o resultado seja positivo, os pesquisadores buscarão experimentar o leite enriquecido em humanos. Esse projeto envolve cerca de 30 pesquisadores e diversas Universidades Federais, além de ter total apoio da Embrapa.

Chá Mate Pode Ajudar a Reduzir os Níveis de LDL

Quente, gelado, com canela ou limão. O chá mate, conhecido por todos como uma bebida refrescante, foi a fonte de inspiração de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina, que constatou que consumir três doses diárias (aproximadamente 300 ml cada ou quase 1 litro por dia) é capaz de diminuir em 13% as taxas de colesterol ruim, o LDL, e aumentar a de colesterol bom, o HDL.
Essa ação foi observada em amostras de sangue de 100 voluntários que incluíram a bebida no cardápio durante 60 dias. Os pesquisadores explicam que isso se dá porque algumas substâncias presentes na erva mate, como alcaloides e os glicídeos, funcionam como uma espécie de detergente que reage com os ácidos biliares, impedindo a absorção da gordura pelo intestino.

Os pesquisadores acreditam que os princípios ativos da erva mate não ajam apenas nos sais biliares, mas inibam também a atividade da lipase, uma enzima secretada pelo pâncreas que está envolvida na digestão de gordura.

Ainda serão necessárias outras pesquisas sobre o assunto, mas os pesquisadores vêem com bastante entusiasmo os primeiros resultados.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Proteína da artrite pode proteger contra Alzheimer


Pesquisadores querem agora testar uma versão sintética da proteína em pessoas com a doença.

Uma pesquisa feita por cientistas americanos afirma que uma proteína produzida pelo corpo em casos de artrite reumatóide pode ajudar a combater o surgimento do Alzheimer.
No estudo, publicado na revista científica Journal of Alzheimer's Research, camundongos que receberam a proteína GM-CSF tiveram desempenho melhor em testes de laboratório envolvendo a memória.
A proteína GM-CSF é uma das substâncias produzidas pelo sistema imunológico em pessoas com artrite reumatóide. Uma versão sintética da proteína já é usada atualmente em tratamentos contra o câncer.
Uma pesquisa já havia identificado que pessoas com artrite reumatóide têm menos tendência a desenvolver o Alzheimer. No entanto, se acreditava que isso acontecia devido ao uso de antiinflamatórios não-esteroides (AINEs).
'Catadores de lixo'
O novo estudo contesta esta tese. Na pesquisa, os cientistas da University of South Florida usaram camundongos geneticamente alterados, com problemas de memória semelhantes ao dos pacientes com Alzheimer.
Os camundongos receberam tratamento com a proteína. Outros ratos receberam um tratamento com placebo, sem efeito algum.
Ao final de 20 dias de pesquisa, os animais que receberam GM-CSF tiveram desempenho consideravelmente melhor em testes de memória e aprendizagem. Camundongos que receberam o placebo não tiveram mudança no seu desempenho.
Os pesquisadores acreditam que a proteína ajuda a formar células especiais - chamadas de microglias - no sangue ao redor do cérebro. Estas células seriam responsáveis pelo combate a placas comumente encontradas em pessoas com Alzheimer.
As microglias funcionam como "catadores de lixo", indo a áreas inflamadas ou danificadas e retirando todas as substâncias tóxicas.
Os cérebros dos camundongos tratados com a proteína GM-CSF tiveram 50% a menos de beta-amiloide, uma substância que forma as placas características do Alzheimer.
Os pesquisadores também observaram um aumento nas conexões das células nervosas do cérebro nos camundongos tratados com GM-CSF, o que poderia explicar o bom desempenho deles nos testes.
Testes com pessoas
O pesquisador Huntington Potter, que liderou a pesquisa, afirma que as conclusões do estudo trazem uma "explicação convincente" sobre por que pessoas com artrite reumatóide têm risco menor de desenvolver Alzheimer.
A leukine, uma versão sintética da proteína usada atualmente em tratamentos contra o câncer, já foi aprovada pela autoridade de saúde americana. Os cientistas defendem agora que a substância seja testada também contra o Alzheimer.
"Nosso estudo e o histórico seguro do remédio sugerem que a leukine deveria ser usada em testes em pessoas como tratamento potencial contra o Alzheimer", afirma Potter.
Especialistas britânicos, que também estudam a doença, afirmam que a experiência é "um passo importante" na pesquisa sobre Alzheimer. No entanto, eles afirmam que é preciso testar se o método funciona em pessoas.
"Resultados positivos em camundongos são o primeiro passo importante em qualquer tratamento novo. É animador ver que a equipe já está planejando o próximo passo crucial, que é o teste com pessoas", afirmou Simon Ridley, diretor de pesquisa da fundação britânica Alzheimer's Research Trust.
Para Susanne Sorensen, da Sociedade de Alzheimer da Grã-Bretanha, o estudo pode ajudar a responder algumas questões que há muito tempo intrigam os cientistas.

Frutos ajudam a garantir saúde do cérebro em idosos.

Açaí, morangos e mirtilo auxiliam mecanismo de limpeza do órgão.

 

Frutos como açaí, morango e mirtilo (blueberry) podem ajudar a garantir a saúde do cérebro em pessoas com idade avançada, segundo estudo divulgado no 240º Encontro Nacional da Sociedade Química dos Estados Unidos nesta segunda-feira (23). Os alimentos ativam um mecanismo de defesa do órgão, que limpa e recicla proteínas tóxicas ligadas a problemas mentais como perda de memória.

Com base em pesquisas anteriores que já apontavam o declínio da capacidade do corpo do idoso em evitar inflamações e processos de oxidação danosos, o trabalho apresentado pelo cientista Shibu Poulose mostra como as pessoas estão sujeitas a doenças degenerativas no cérebro com o passar dos anos.
Para realizar a ação contra inflamações e oxidações, as frutas oferecem compostos polifenólicos, também encontrados em vegetais e nozes. Em estudos anteriores, a equipe do serviço de pesquisa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos já havia resultados positivos em testes com ratos, alimentados durante dois meses com dietas contendo 2% de frutos como morango e mirtilo.
Nos roedores, o efeito foi o da recuperação de nervos e de padrões de comportamento ligados à atividades de aprendizado e reconhecimento.
As células responsáveis pela operação de limpeza no cérebro são conhecidas como micróglias. Elas removem e reciclam substâncias que, do contrário, atrapalhariam as funções cognitivas do cérebro. Poulose acredita que, com o tempo, essas estruturas deixam de funcionar corretamente, acarretando acúmulo de toxinas. O corpo passa a exigir mais das células, que começam a lesar o órgão.
Para o cientista, os compostos polifenólicos de alguns frutos restauram a capacidade das micróglias ao bloquear a ação de uma proteína que inibe o mecanismo de operação de limpeza do cérebro.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Medicamento contra colesterol seria eficaz contra câncer de próstata

Pesquisadores canadenses descobriram que um medicamento receitado a pacientes com alta taxa de colesterol também pode ser eficaz no tratamento contra o câncer de próstata, revelou um estudo publicado este mês.
A rosuvastatina parece impedir o crescimento de um tumor na próstata de ratos, segundo o estudo divulgado na revista "European Urology".
"Nossos resultados são uma prova sólida e uma boa razão para que sejam iniciados testes clínicos sobre os efeitos da enzima estatina no tratamento do câncer de próstata", disse o doutor Xiao-Yan Wen, do hospital St Michael's, de Toronto.
A estatina atuaria como um inibidor angiogênico, ou seja, pode impedir que o tumor forme vasos sanguíneos a partir de vasos existentes para crescer.
O câncer de próstata afeta um em cada sete canadenses, e um em cada 27 morrerá. Apesar dos avanços no tratamento, vários pacientes atingem estágios avançados desta doença.
A equipe de pesquisas administrou 2.000 moléculas a peixes tropicais e identificaram que em sete deles o desenvolvimento de seus vasos sanguíneos secundários ficou mais lento.
Esses peixes, os Percina caprodes, que vivem em águas doces, são usados pelos cientistas porque seu organismo tem alguns pontos semelhantes ao organismo humano.
Os pesquisadores testaram depois a eficácia de uma das moléculas, a rosuvastatina, em um rato portador de células de câncer de próstata e descobriram que impedia o crescimento do tumor, aparentemente, sem efeitos colaterais.
No homem, esta molécula tornaria mais eficazes as radiações, supõem os cientistas. Se esta hipótese for confirmada por meio de testes clínicos, o tratamento contra o câncer de próstata de alguns pacientes ficará mais barato e menos tóxico.

Doenças Cardiovasculares


Se você fuma, come muita gordura, trabalha fora, tem vida sedentária e ainda por cima está acima do seu peso ideal, é forte candidato a sofrer um ataque cardíaco. O quadro fica ainda pior se você for diabético ou tiver casos de infarto na família.

O risco de ter um ataque cardíaco, tanto pode ser para homens, como para mulheres. O número de mulheres com doenças das coronárias tem aumentado muito nos últimos tempos. Se você faz parte deste grupo de risco, saiba como se proteger.

A maior responsável pela obstrução coronariana é o excesso de gordura - colesterol e triglicérides - no sangue. São elas que formam a maior parte das "placas de ateromas", camadas de gordura depositadas nas paredes arteriais. Essas placas, compostas basicamente de colesterol "ruim", o LDL, podem "entupir" as coronárias. Porém, o lado "bom" do colesterol, o DHL, protege a pessoa contra os problemas coronarianos. Esse processo de entupimento das artérias chama-se aterosclerose.

O que é o infarto, quais são os primeiros sintomas e tratamento

O infarto representa a morte de uma porção do músculo cardíaco (miocárdio), por falta de oxigênio e irrigação sangüínea. A oxigenação necessária ao funcionamento do coração ocorre por um conjunto de vasos sangüíneos, as artérias coronárias. Quando uma dessas coronárias se obstrui, impede o suprimento de sangue e oxigênio ao músculo, resultando em um processo de destruição chamado necrose, e se a área necrosada for grande, o coração pára.

O maior sintoma de um infarto é a dor. A sensação é de "aperto" localizada no peito, à altura do coração. Essa dor é tão intensa que provoca suores frios, náuseas, vômitos e vertigens, ela costuma se irradiar para os ombros e braços (geralmente o esquerdo), para a mandíbula, as costas, e a projeção do estômago no abdômen.

O diagnóstico do infarto é realizado através dos exames: eletrocardiograma, hemograma e dosagem, no sangue, de enzimas resultantes da destruição de células cardíacas.

O tratamento deve ser feito em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI),para prevenir complicações como as arritmias , a insuficiência cardíaca e para dissolver, por um processo chamado trambólise, possíveis trombos que se formem no local da obstrução.

Depois do infarto?

Depois que a pessoa sofre um ataque cardíaco é preciso avaliar o prejuízo, saber qual a extensão do miocardio que foi atingida pela necrose e qual coronária está entupida.

Para saber de tudo isso é preciso realizar exames como o ecocardiograma (ecografia do coração), testes de esforço (exame realizado com a esteira e a ergométrica) e a cineangiocoronariografia (verificação do estado das coronárias e, se necessário, do coração, através da introdução de uma microcâmera nas artérias cardíacas). Só então é escolhido o melhor tratamento definitivo ao caso.

Os métodos mais usados são as cirurgias em que se implantam pontes de veia safena ou mamária. Essas pontes criam uma via alternativa de passagem para o sangue que vai irrigar o músculo cardíaco.

Outra técnica também muito usada é a angioplastia, em que a placa de ateroma é esmagada por um balão de borracha introduzido através de uma artéria.

Mudar os hábitos. Uma questão de sobrevivência.

O primeiro passo é controlar a alimentação. A dieta deve ser composta de carnes magras, de preferência peixes e aves, e muita verdura e legumes. Os óleos indicados são os de origem vegetal, notadamente de milho ou de girassol. Azeite de oliva também é indicado pois é rico em DHL.

Os médicos recomendam começar um programa de exercícios sempre sob orientação. Caminhadas são aconselháveis. Outra recomendação é mudar os hábitos, fugindo do stress e tentando manter a calma em qualquer situação.

O risco de infarto nas Mulheres

Nas mulheres, o infarto costuma ser mais fatal que nos homens. Os fatores podem ser hormonais, que tornam a parede do músculo cardíaco mais fina necrosando com maior facilidade.

Há algum tempo atrás, infarto era coisa para homem. Mas, as coisas mudaram, e a cada dia que passa o número de mulheres infartadas é cada vez maior. As razões são inúmeras, a primeira delas é o fumo, que aumentou sensivelmente entre o público feminino.

A segunda razão é que nos dias de hoje a mulher participa como o homem na vida profissional competitiva. Além dela ganhar um espaço no mercado de trabalho, também ganhou hipertensão arterial, stress emocional e obesidade.

As pílulas anticoncepcionais, que mexem com todo o sistema circulatório, são outro fator. Quando é associado ao fumo, aumenta em dez vezes a chance da mulher infartar.

O outro motivo está na alimentação que está cada vez mais rica em gordura.

sábado, 11 de setembro de 2010

Tratamento contra diabetes ataca mal de Alzheimer

A insulina, essencial para manter o equilíbrio do açúcar no sangue e usada para tratar o diabetes, também pode se revelar uma arma importante contra o mal de Alzheimer, doença letal que ataca o cérebro de idosos e ainda não tem cura. A suspeita já existia, mas um trabalho capitaneado por pesquisadores brasileiros demonstrou em detalhes a capacidade protetora da insulina. Quando ela chega até os neurônios (células nervosas), consegue proteger as conexões entre eles dos efeitos nocivos da molécula que causa o mal de Alzheimer.
 "Já se conhecia a correlação clínica entre a deficiência de insulina, comum no diabetes, e a doença de Alzheimer", explicou ao G1 a neurocientista Fernanda De Felice, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Começaram os testes clínicos para tentar tratar a doença com insulina. Mas ficou um buraco no conhecimento -- não se sabia qual era o efeito positivo dela sobre os neurônios. Esse nosso trabalho preenche a lacuna", afirma De Felice, que assina a pesquisa na edição desta semana da revista científica "PNAS", ao lado dos brasileiros Sergio Ferreira, Marcelo Vieira, Theresa Bomfim e Helena Decker, além de colegas dos Estados Unidos.
 Usando neurônios cultivados em laboratório, os pesquisadores foram à raiz molecular do mal de Alzheimer, os agregados de um peptídeo (fragmento de proteína) conhecido como beta-amilóide. Essa molécula se junta em pequenos conjuntos, com algo entre três e 20 peptídios idênticos, e interfere, entre outras coisas, com as conexões que se formam entre as células nervosas. Com tais ligações neuronais bagunçadas, a formação de memórias se torna impossível, o que explica a amnésia típica dos pacientes de Alzheimer.
 Por outro lado, pesquisas recentes demonstram que a insulina, hormônio famoso por controlar o nível de açúcar no sangue, faz muito mais do que isso no organismo. "Ela é importante na formação de memórias, conceito que ainda não foi bem assimilado nem mesmo nas faculdades", diz De Felice. Esperar que ela tivesse efeito protetor contra o mal de Alzheimer é até um passo lógico, portanto, mas o problema era o "como".
 Os experimentos com a cultura de neurônios mataram essa dúvida. O que acontece é que a insulina protege as conexões entre as células fazendo com que sumam os receptores dos conjuntos de beta-amilóide. Receptores são como fechaduras químicas, que permitem a interação entre a célula e determinada molécula -- dessa forma, deixava de ser possível a ligação entre os grupos de beta-amilóide e os neurônios, preservando as conexões entre eles.
 A recíproca também é verdadeira: a molécula-vilã faz desaparecer os receptores de insulina nas células. Os pesquisadores verificaram ainda que a rosiglitazona, um medicamento usado para tratar diabetes que deixa o organismo mais suscetível à ação da insulina, potencializa o efeito protetor do hormônio contra a destruição de neurônios. 


Rumo à terapia

Segundo De Felice, os achados em laboratório são um passo importante, embora preliminar, para tentar usar o conceito de forma terapêutica. "O próximo passo é estudar a situação em camundongos transgênicos [geneticamente modificados para desenvolver um problema análogo ao mal de Alzheimer de humanos]", diz ela. A pesquisadora também alerta quanto ao uso indiscriminado da insulina.
 "Não adianta a pessoa ir até a farmácia para injetar insulina num parente idoso, por exemplo. O efeito pode até ser o oposto", explica. Um dos problemas possíveis é que a substância precisa atravessar a barreira natural que existe entre o sangue e o cérebro. O excesso de insulina na circulação poderia levar ao fechamento dessa barreira, o que só pioraria a situação.
 Os pesquisadores que vão testar a insulina contra a doença no exterior pretendem contornar o problema aplicando o hormônio por via nasal, de forma a atravessar mais facilmente a barreira sangue-cérebro. Outro caminho seria usar a rosiglitazona, que aumentaria a ação de insulina sem manipular a quantidade dela no organismo, afirma Sergio Ferreira, coautor da pesquisa nacional.     
                               
   

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Vitamina D pode proteger contra câncer, diabetes e artrite



Estudo britânico ligou deficiência da substância a doenças ligadas a condições genéticas.

A vitamina D pode proteger o corpo humano contra uma série de doenças ligadas a condições genéticas, incluindo câncer, diabetes, artrite e esclerose múltipla, segundo uma pesquisa britânica recém-publicada.

Os cientistas mapearam os pontos de interação entre a vitamina D e o DNA e identificaram mais de 200 genes influenciados pela substância.
A vitamina D é produzida naturalmente pelo corpo pela exposição ao sol, mas a substância está presente também em peixes e crustáceos e, em menor quantidade, em ovos e leite.
Mas acredita-se que até um bilhão de pessoas em todo o mundo sofram de deficiência de vitamina D pela pouca exposição ao sol.

Já se sabia que a falta de vitamina D podia levar ao raquitismo e havia várias sugestões de ligações com doenças, mas a nova pesquisa, publicada pela revista especializada Genome Research, é a primeira que traz evidências diretas de que a substância controla uma rede de genes ligados com doenças.

Receptores

Os pesquisadores, da Universidade de Oxford, usaram uma nova tecnologia para o sequenciamento do DNA para criar um mapa de receptores de vitamina D ao longo do genoma humano.

O receptor de vitamina D é uma proteína ativada pela substância, que se liga ao DNA e assim determina quais proteínas são produzidas pelo corpo a partir do código genético.

Os pesquisadores identificaram 2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do genoma, concentrados principalmente perto de alguns genes ligados a condições como esclerose múltipla, doença de Crohn, lupus, artrite reumatoide e alguns tipos de câncer como leucemia linfática crônica e câncer colo-retal.

Eles também mostraram que a vitamina D tinha um efeito significativo sobre a atividade de 229 genes incluindo o IRF8, associado com a esclerose múltipla, e o PTPN2, ligado à doença de Crohn e ao diabetes do tipo 1.

 "Nossa pesquisa mostra de forma dramática a ampla influência que a vitamina D exerce sobre nossa saúde", afirma um dos coordenadores da pesquisa, Andreas Heger.

Seleção

Os autores afirmam que o consumo de suplementos de vitamina D durante a gravidez e nos primeiros anos de vida podem ter um efeito benéfico sobre a saúde da criança em sua vida no futuro.


Outras pesquisas anteriores já haviam indicado que a pele e os cabelos mais claros entre as populações de partes da Terra com menos incidência de raios solares teriam sido uma consequência da evolução para melhorar a produção de vitamina D.

Segundo os pesquisadores da Universidade de Oxford, isso poderia explicar a razão de seu estudo ter identificado um número significativo de receptores de vitamina D em regiões do genoma com mutações genéticas mais comumente encontradas em pessoas de ascendência europeia ou asiática.
A deficiência de vitamina D em mulheres grávidas pode provocar contrações pélvicas, aumentando o risco de morte da mãe e do feto. Segundo os pesquisadores, essa situação pode ter levado ao fim de linhagens maternais de pessoas incapazes de aumentar sua disponibilidade de vitamina D.

"A situação em relação à vitamina D é potencialmente uma das pressões seletivas mais poderosas no genoma em tempos recentes", afirma outro coordenador da pesquisa, George Ebers. "Nosso estudo parece apoiar essa interpretação e pode ser que não tivemos tempo suficiente para fazer todas as adaptações de que precisávamos para suportar nossas circunstâncias", disse.