segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cuba identifica três proteínas do escorpião azul eficazes contra o câncer

Cientistas cubanos identificaram três proteínas no veneno do escorpião azul que inibem as células malignas do câncer e estão dispostos a aceitar a colaboração internacional para a sua produção em escala, informou nesta terça-feira (6) o diretor do laboratório estatal encarregado das pesquisas.

"São três proteínas de baixo peso molecular e de marcada inibição de células malignas, inofensivas para a saúde humana e que não causam quaisquer efeitos colaterais", disse José Fraga Castro, diretor do Grupo Empresarial estatal Labiofam, durante entrevista coletiva.


O cientista, que é sobrinho dos irmãos Fidel e Raúl Castro, explicou que o veneno do chamado escorpião azul - cuja cor, na verdade, é avermelhada - é tóxico se aplicado de forma parenteral (introduzida no organismo de forma diferente da digestiva, como intravenosa, subcutânea ou intramuscular), mas por via oral é inócuo.

Fraga informou que esses produtos, que serão apresentados no 1º Congresso Internacional do Labiofam, de 28 de setembro a 1º de outubro, já estão patenteados em Cuba e já foram submetidos a um teste pré-clínico satisfatório em ratos.

O especialista disse ainda que já são feitos testes em doentes de câncer.

"Estamos abertos a trabalhar com qualquer cientista ou instituição" para seu desenvolvimento sem fins lucrativos, afirmou.

"Se tivermos que trabalhar com outro laboratório, não teremos objeções", enfatizou o cientista, que comentou que especialistas da Espanha e da Venezuela se somaram aos estudos.

Fraga disse ainda que a Labiofam desenvolveu criadouros de escorpiões em todo o país, com uma população de cinco mil animais cada. Cada animal vive, em média, dois anos e o veneno é extraído a cada 21 dias.

Mesmo assim, a proporção é insuficiente para uma produção em escala de medicamentos, para o que é preciso procurar soluções científicas, mediante a medicina homeopática, para sua multiplicação, acrescentou.

O especialista informou que, durante o encontro internacional, a Labiofam apresentará outros dois produtos, um antianêmico oral e um produto de controle biológico do mosquito vetor da malária. Segundo o cientista, o biolarvicida foi aplicado com sucesso em um país africano que não especificou, mas que construirá uma fábrica para produzi-lo com tecnologia cubana. Outros cinco países do continente também estariam interessados em erguer instalações semelhantes, disse.

Proteínas naturais bloqueiam vírus H1N1, causador da nova gripe, diz estudo

Proteínas naturais do ser humano bloqueiam a reprodução do H1N1, o vírus causador da nova gripe. A compreensão dessas funções, antes ignoradas pela ciência, abre caminho para tratamentos mais eficazes, anunciaram nesta quinta-feira (17) pesquisadores do Howard Hughes Medical Institute, liderados por Stephen Elledge.

Os resultados do estudo americano foram publicados na versão on-line da revista “Cell”.

A ação das proteínas pode desacelerar a disseminação da influenza pandêmica. A proteína também consegue bloquear outros vírus, como o da dengue e da febre do Nilo.

Sem a presença das proteínas da clase IFITM3, o H1N1 se reproduz 5 a 10 vezes mais rápido, explicou Elledge. Elevando os níveis de IFITM3, o vírus da nova gripe foi totalmente bloqueado. Proteínas da classe IFITM1 e IFITM2 também são eficazes no combate ao vírus influenza A (H1N1), a qualquer outra cepa de vírus da gripe e, para surpresa dos cientistas, ao vírus de dengue e de febre do Nilo.

O estudo contou com a colaboração de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, do Hospital-Geral de Massachusetts, da Faculdade de Medicina da Universidade Yale e do Wellcome Trust Sanger Institute, em Cambridge, Reino Unido.

Os pesquisadores ainda não têm certeza dos mecanismos pelos quais a IFITM3 e suas “primas” conseguem barrar vírus. Não se sabe ainda se uma longa exposição a níveis maiores que os normais de IFITM3 pode ser prejudicial ao organismo humano.

Enzima pode evitar metástase do câncer de mama

Londres, 8 fev (EFE).- Uma parte da estrutura de uma enzima chamada CHIP pode deter o câncer de mama e evitar sua propagação para outros órgãos saudáveis, segundo um estudo publicado hoje pela revista britânica "Nature Cell Biology".

O estudo, realizado pela Universidade de Tsukuba (Japão) e liderado por Junn Yanagisawa, revela que o regulador genético SRC-3 - presente na enzima - conta com as propriedades necessárias para impedir a metástase deste tipo de câncer, ao atacar os caminhos que usa para chegar a outras áreas do organismo.

Além disso, a própria enzima seria capaz também de degradar as proteínas causadoras do câncer, o que impede que estas células cresçam de maneira agressiva e descontrolada no organismo.

Em um teste com ratos, a equipe descobriu que a presença da enzima impedia a metástase do tumor, enquanto sua supressão acelerava o processo.

Tudo isso, afirma o estudo, abre uma nova etapa no tratamento desta doença, cuja primeira causa de morte está na reprodução do tumor.

Enzima natural pode ajudar a reduzir dependência de cocaína

Londres, 22 ago (EFE).- A inibição de uma enzima produzida de forma natural pelo corpo humano, a ALDH-2, poderia ajudar no tratamento da dependência à cocaína, segundo estudo publicado nesta semana pela revista "Nature Medicine". Apesar da grande quantidade de estudos realizados sobre dependência de drogas, ainda não existe um tratamento efetivo contra o vício em cocaína.

A enzima ALDH-2 (aldeído desidrogenase-2) é conhecida por sua capacidade de reduzir o nível de acetaldeído, uma molécula que é acumulada com o consumo de álcool.
Um grupo de pesquisadores americanos demonstrou agora que um inibidor de ALDH-2 faz com que os ratos consumam menos cocaína. O inibidor atua indiretamente reduzindo a produção e libertação de dopamina, uma molécula fundamental para os efeitos da cocaína e de outras substâncias. Além de reduzir o consumo de cocaína, o inibidor ajuda a prevenir futuras recaídas após um período de melhora.


As recaídas costumam causar problemas de saúde tão sérios como a dependência original, e por isso os pesquisadores recomendam seguir investigando o potencial terapêutico do inibidor de ALDH-2 para tentar descobrir um possível tratamento efetivo da dependência de cocaína. EFE